city-scape

sábado, janeiro 14, 2006

 
PRAGA por Paulo Moreira

Praga acabou por ter um papel na minha vida maior do que estava à espera, cidade estratégica nas incursões à Europa de Leste.
A primeira foi um choque. Saído da civilização educada e rigorosa, não esperava tanta pressão e agressividade nos comportamentos de toda a gente: os funcionários do turismo enganaram-nos, os funcionários do hotel enganaram-nos, a polícia multou-nos sem razão, os funcionários do metro procuravam turistas ingénuos, sei lá mais quem é que nos enganou.
Felizmente que pouco mais de um ano depois, já na fase de descompressão de meses intensos de trabalho, passei um fim-de-semana prolongado em Praga. Tudo bem, visitei a cidade turística e tirei fotografias aos cemitérios judeus mais impressionante que alguma vez vi, mas desta vez havia algo mais para conhecer, partilhava lugares com gente que vivia em Praga e já conhecia os seus percursos, era mesmo isso que queria.
Mal sabia que menos de um mês depois iria reincidir naquela vida: vindo de uma mítica pequena cidade alemã chamada Gelsenkirchen, dormido numa estação de serviço e acordado como campão europeu de clubes de futebol. Pelo caminho a matrícula do carro e os nossos cachecóis originavam acenos e apitadelas, sorrisos e congratulações. Chegámos a Praga à noite, a tempo duma festa Erasmus nas margens do rio.

Não deixa de ser curioso que de cada vez que me cruzo com Praga sinto necessidade de me afastar daquela diversão toda. É um fenómeno estranho, acabo sempre por voltar à terra das cervejas baratas e dos shots de absinto, nem que seja para ter a certeza que prefiro saír dali depressa.





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