city-scape

quinta-feira, março 02, 2006

 
BERLIM por Paulo Moreira

A relaçao de afecto que tenho com Berlim está a apurar-se à distancia.
Ao ler sobre Kreuzberg.
Ao ouvir Miss Kittin.
Ao ver fotografias de Michael Schmidt ou Gabriele Basilico.
Nos primeiros dois dias em que estive nesta cidade senti-me perdido. Nao havia referências, precisava de ajuda. Mas aquele frio lentamente atravessava a minha roupa e comecei a incorporar o espírito da cidade.
Uma semana em Berlim é pouco e por isso voltei na primeira oportunidade que tive. De Bonjour Tristesse a um jantar vietnamita em Prenzlauer Berg, um bar de praia artificial, uma gelataria com música ao vivo e coisas em segunda mao à venda. S-Bahn, U-Bahn, faltam azulejos nas estaçoes de metro e as vigas estao à mostra. As imensas empenas de edifícios ocupados ou desocupados deixam espaços livres que nao sao praças nem nada, sao os espaços incertos de Berlim. Há um muro em ruinas e uma ruina de um edificio que nao chegou a ser novo. Em Berlim há turcos e nos bares joga-se matrecos. Há mercados baratos e edifícios de gaveto. A cidade fomenta a produçao de artistas fornecendo-lhes condiçoes. Isto de ir conhecendo uma cidade à distancia nao é um conceito que me agrade particularmente, nao ajuda à rotina nem facilita a orientaçao, por tudo isso sei que vou voltar a Berlim.





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