PORTOO PORTO, A PONTE DE D. LUIS E O METRO
Quem é do Porto vai entender-me.
Quando não existia a ponte da Arrábida o regresso ao Porto tinha de ser feito pela ponte D. luís.
E depois era mais prático entrar pela da Arrábida, mas tínhamos a possibilidade de fazer mais uns km, mais uns minutos no carro e podíamos se quisessemos ter aquela emoção de ver o Porto aproximar-se lentamentente, ou nós a aproximarmo-nos lentamente do Porto.
E nem que a ausência não tivesse sido muito longa, era sempre bom sentir aquela imagem silenciosa, tranquila e impávida a acolher-nos. Uma estrutura sólida, densa, na qual sentíamos que íamos entrar e ficar lá dentro protegidos, como se voltássemos ao útero da nossa mãe.
Como é que deixámos que nos tirassem esse prazer? Ou que nos tirassem a hipótese de o podermos ter quando sentíssemos essa vontade?
Como foi que ficámos despojados de podermos emocionar-nos com a visão do Porto a engolir-nos no regresso a casa?
Manuela